O Secretário do idoso do Distrito Federal, Ricardo Quirino, concedeu entrevista para o jornal Correio Braziliense, que publicou a matéria em seu caderno Cidades, nesta quarta, dia 24 de julho.
Na entrevista, o Secretario falou sobre a ampliação de rede em apoio ao Idoso e das parcerias desenvolvidas com outras pastas.
Confira a entrevista abaixo:
Entrevista com RICARDO
QUIRINO, Secretário do Idoso do DF
Entrevista ao Correio Braziliense |
O Distrito Federal
possui cerca de 200 mil idosos e nenhuma Delegacia especializada para atender a
população com mais de 60 anos. Com o aumento do número de denúncias de
violência, é indispensável a criação de uma unidade com equipe treinada para
atender o grupo. Enquanto a punição dos autores tende a diminuir a quantidade
de vítimas; a prevenção pode evitar futuros casos. Os centros de convivência de
idosos (CCI’s) são uma saída para despertar a autonomia da terceira idade.
Hoje, 43 pessoas aguardam na fila para serem abrigados em uma Instituição de
Longa Permanência para Idosos (ILPI).
Segundo o Secretário do Idoso do DF, Ricardo Quirino a combinação das duas
políticas públicas está mais próxima de se tornar realidade.
Quirino afirma que está
em discussão com as Secretarias de Segurança Pública e de Desenvolvimento
Social e Transferência de Renda (SEDEST), a criação de uma delegacia e de um
CCI voltados exclusivamente para idosos. Além disso, mais ILPI’s serão
conveniadas à rede pública, por meio de licitação. “Estamos em discussão com a
PM para fazer uma campanha de prevenção à violência. Desenvolvemos parcerias co
outras pastas. Com a do Trabalho, temos cursos de inclusão digital, com a de
Cultura, oferecemos mensalmente uma sessão de cinema no Teatro Nacional; e
Educação, aulas de alfabetização nos centros de convivência” lista. “Estamos um
pouco aquém do ideal, precisamos de uma verba alta e temos nossas dificuldades.
Somos uma Secretaria Especial e não de Estado” lamenta.
Quais
são os últimos avanços na área de políticas públicas para os idosos?
As políticas
definida no estatuto são amplas, mas a
criação da Secretaria Especial do Idoso no DF é um avanço. Temos o início de
uma quebra de preconceito, o idoso é olhado como uma pessoa atuante e o mercado da moda, turismo e mais
setores estão se voltando para esse público. Procuramos firmar parcerias com as
outras pastas e, um exemplo é a nova frota de ônibus, virão adaptados.
Existem
desafios para assistir a população com mais de 60 anos?
Para a gente vencer na
política para o idoso, temos que quebrar o preconceito. Ele ainda é
desrespeitado em filas e no transporte público. Um dos desafios é abrir o
mercado de trabalho para aquele que está ativo e quer continuar trabalhando;
ofertar modalidades esportivas específicas, como jogos da terceira idade; e
abordar o envelhecimento dentro das escolas, em diferentes disciplinas.
Quais
os projetos para curto prazo?
Queremos a criação de
uma Secretaria Nacional, estamos com um grupo de discussão para isso e
construir um grande Centro de
Convivência específico para os idosos, onde eles irão realizar as atividades
durante o dia. A idéia seria levantar a unidade entre Taguatinga e Ceilândia,
as maiores regiões do Df, com os índices mais altos de violência.
O
aumento de 328% no número de denúncias, entre 2011 e 2012, é alarmante?
Não vou dizer que é
alarmante, porque a violência contra o idoso existe e , como está no âmbito
doméstico, é muito difícil de ser identificada. Trata-se apenas de uma
realidade que está vindo à tona. Hoje, as pessoas tem mais acesso à informação
e meios para denunciar, existem as delegacias, a Central Judicial do Idoso, o
Disque-Denúncia e a internet.
Como
combater a violência contra o idoso? Qual a maior dificuldade?
A violência familiar
precisa ser combatida com a conscientização do próprio idoso, da sociedade em
geral, do vizinho que denuncia. Para isso, desenvolvemos campanhas. Essas
pessoas só saem da zona de conforto quando a situação chega ao extremo, então,
envolve todos os que estão em volta. É um desrespeito muito grande e um crime. E nenhum representante do
Estado pode entrar na casa de uma família e acusá-la. É preciso ter a denúncia.
Fonte: Correio Brasiliense
Edição: Assessoria de Comunicação- Ricardo Quirino
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