Em nossa visita ao deserto do Sinai, região do Sinai, tivemos um encontro com uma jovem senhora que nos recebeu com atenção fora do comum, o que me fez no momento em que discorria sobre os segredos do Tabernáculo, ir um pouco além nas minhas reflexões. Indaguei: o que leva uma pessoa assumir uma responsabilidade de um trabalho entre montanhas de pedras, no deserto, alheio a quase tudo que acontece no mundo exterior? Enfrentar a poeira do deserto, o sol causticante, a solidão, pois só vi um vigia nas proximidades, qual a razão? A remuneração, não acredito. Os proventos fazem parte da vida de quem trabalha com honestidade. O que leva uma mulher a estar longe dos padrões de beleza natural? pois com aquele sol queimando cabelos e pele, certamente não trazem nenhum atrativo para uma donzela. Tem que haver algo além da história de Israel, da profissão, alguma coisa que impulsiona estar distante da família, do seu país, posso estar enganado, não me parecia ser judia, mas de algum país europeu. Esse segredo e resposta somente o Senhor Deus conhece, agora, entrega e desprendimento, com certeza existem, o que é revelado através da própria narrativa que ela nos faz do exercício do sacerdócio. Segundo essa profissional, no Tabernáculo somente servia o sacerdote, com roupas mais simples e o sumo sacerdote, com vestes especiais, porém este último, quando entrava no lugar chamado Santo dos Santos, o retirava sua s vestes especiais e se vestia como um simples sacerdote, qual a razão? reconhecer que mesmo com uma posição, hierárquica superior, diante de Deus ele era igual a todos. É exatamente o que se pôde ver nos olhos daquela moça do deserto, simplicidade, que mesmo quando o nosso guia a interrompia por algumas vezes para fazer comentários, ela com sutil delicadeza ficava em silêncio. Humildade é remédio que não tem contraindicação. Certamente por detrás de tudo o que vive, fica a esperança que muitas pessoas, especialmente, na esfera pública, possam enxergar o seu trabalho além das altas remunerações e direitos, algo que somente quem teme a Deus de verdade, pode enxergar.
Ricardo Quirino, um peregrino em israel.
Rquirino.10@gmail.com
Postar um comentário