No passado os idosos viviam mais, porém pesquisas feitas com base em relatórios de saúde comprovam que a população idosa está aumentando devido à qualidade de vida que melhorou, gerando assim como conseqüência a longevidade.
Em anos anteriores, os idosos conviviam com menos estresse, respiravam ar puro e a alimentação não tinha agrotóxico. Mas por outro lado, não havia preocupação com a qualidade dos alimentos ingeridos e muitas vezes esses eram ricos em gorduras saturadas, colesterol e triglicerídeos.
A medicina por sua vez evoluiu no aspecto de diagnóstico precoce e terapias para os males que afetam o ser humano. Na verdade, quem traz uma base genética resistente e carregada de longevidade, tenderá a viver muito. Vida esta, que poderá ser mais extensa ou menor, conforme os hábitos de vida que a pessoa adotar.
Essas questões todas envolvem fatores intrínsecos a cada ser humano, com seus fatores genéticos, hábitos e sistemas de vida individual, familiar e no ambiente de trabalho. Mas trazem, também, condicionantes sócio-ambientais, os quais estão intimamente emendados aos aspectos decorrentes do meio social e de condicionantes de responsabilidade.
Se por um lado o avanço tecnológico trouxe conforto e um conjunto de recursos que facilitam e melhoram a qualidade de vida, ao mesmo tempo trouxe a poluição e a degradação do meio ambiente. Por isso, existem as leis normativas ambientais, como forma de conter essa degradação.
O idoso já trouxe um conjunto de contribuições á sociedade através de seu trabalho, até mesmo os que tiveram dificuldades de acesso a emprego e a remuneração dignas, pois de certo modo, foram frutos do meio sócio-ambiental em que tiveram inserido ao longo de suas vidas. Portanto é mais que justo ter um Estatuto responsável a garantir ao idoso uma vida digna e com qualidade.
Todas estas questões sociais e ambientais são na verdade oportunidades para serem enfrentadas e solucionadas e, nesse contexto o papel da pessoa idosa é primordial, não apenas porque uma sociedade se constrói com seres humanos ao longo da história, e nessa linha de raciocínio, quem é idoso hoje foi jovem ontem, e quem é jovem hoje será um idoso amanhã.
Portanto a responsabilidade intergeracional é a condição essencial de compreensão e busca de soluções conjuntas, num mutuo processo de inclusão no bojo das atividades de planejamento, diagnósticos, estratégias, projetos e ações sociais e ambientais não só como iniciativa de governo, mas empresariais e da sociedade civil organizada, para que assim se construa uma sociedade mais justa, equilibrada economicamente e ecologicamente saudável.
O Idoso pode e deve ser incluído. Ele deve se incluir, buscar seu espaço, nesse esforço de se construir uma nova sociedade, capaz de viver com qualidade de vida.
Fonte: Texto Base da II Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa


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